SÉRVULO ESMERALDO - É pericoloso sporgersi

Para Dodora, entre os méritos do novo trabalho, está o uso de uma técnica que até então não havia sido utilizada por Sérvulo, mas que remete aos seus primeiros trabalhos, ainda na década de 1940.

“O interesse é porque há uma alusão à gravura. O início da carreira dele foi como gravador e é uma linguagem da qual ele nunca se distanciou. É uma obra da maturidade com base no trabalho do artista jovem. Mostra o vigor, o lado experimental dele, de estar sempre buscando novas saídas para a arte”, analisa.

Sérvulo Esmeraldo tomou como ponto de partida rolhas de garrafas, que eram esculpidas e utilizadas como base da composições. Os desenhos nasciam dos arranjos feitos com os diversos carimbos. As obras se distanciam da gravura, reforça Dodora, exatamente por serem únicas, impossíveis de serem impressas em série. “Cada desenho é original, não há um repetido, como acontece na gravura. Mas o pensamento dele é que parte do trabalho anterior, como gravador”, define. A técnica foi elaborada em 2010 – um estudo do artista para um trabalho realizado no Museu Lasar Segall.

As obras selecionadas para a exposição foram criadas entre 2011 e 2012, utilizando o mínimo de elementos visuais para chegar a um resultado. Tendo a coerência como uma de suas marcas – como define, em seu artigo, Gilmar de Carvalho – nos desenhos da mostra, Sérvulo ainda consegue ser inovador sem se afastar de sua identidade.